Se o mundo é um esteira rolante saturada de informações, produtos, conteúdos e mídias; como os aplicativos que “surgem do nada” se tornam populares?
Viralizam naturalmente pelo boca-a-boca ou são difundidos estrategicamente?
Hit Makers: Como Nascem as Tendências é um livro que tenta explicar.

Interessante notar que redes sociais como o Facebook dominaram e centralizam muito do conteúdo na Internet enquanto as diversas tentativas da Google (Buzz; Plus+; Orkut) fracassaram ao não cativar seus primeiros usuários. Perdendo relevância digital por não se espalharam socialmente.
O sucesso de aplicativos como o Instagram e o Tinder poderiam ser brilhantes ideias caídas no esquecimento se não fossem por estratégias de mercado, grupos sociais e poder de influência que os tornaram fenômenos culturais. Ou seja, Hits.
O Mito Viral: Compartilhamento x Transmissores
Viral é algo que tem o potencial de se espalhar exponencialmente. Pode ser uma música pop de uma boyband; memes do Choque de Cultura; um fone de ouvido que esportistas e músicos usam; uma situação constrangedora no jornal local ou um aplicativo com efeitos para fotos e vídeos. Porém, ideias se tornam virais?
Se existem coisas que obtêm imensa popularidade de forma tão rápida e um vírus passa de pessoa para pessoa, como um tweet ou compartilhamento entre amigos, levaria um tempo até uma ideia ou produto virar uma tendência/moda.

Tempo de infecção instantâneo se a “difusão de transmissão” for o mecanismo para que um conteúdo alcance uma grande parcela da população. Uma única fonte de informação com potencial para impulsionar o que deseja para muitos.
O fone dos jogadores expostos na Copa do Mundo vendendo milhares; o nome da filha da Beyoncé determinando uma geração de Blue Ivy; a música de uma novela, filme ou série sendo a mais escutada no Spotify. Tudo difusão oculta direta.
Para Derek Thompson, a viralidade é na verdade o trabalho de “transmissores às escuras” que estão distribuindo informações para muitos de uma só vez mas cuja influência nem sempre é visível para aqueles fora da rede.
Popularidade: O público do público
A qualidade por si não é suficiente para o sucesso, mas sim encontrar a audiência da audiência. Ou seja, os amigos e seguidores que propagarão algo para mais pessoas até atingir as mídias tradicionais, um produtor musical renomado, um canal popular no YouTube, um grande influenciador digital ou a home da Amazon.
O popular atrai a atenção das pessoas, que é a moeda mais valiosa na cultura e negócios. Muitos leram A Sutil Arte de Ligar o F*da-se ou instalaram Pokemon GO depois de consultarem os livros mais vendidos e amigos que já jogavam.
Eles são realmente bons produtos ou eram o consumo do momento?
“Para que alguma coisa vire grande, ela tem de ser interessante para aqueles além do seu público imediato, o público do seu público. O que as conecta?”
Descobrir a rede de contatos do público alvo e definir a melhor estratégia para cativa-los foram os segredos para crescimento da base de usuários dos aplicativos:
A história da sua origem ficou bem conhecida devido A Rede Social de David Fincher. O filme mostrou como um diretório digital para alunos de Harvard e outas faculdades seletivas disseminou-se rapidamente entre jovens que já estavam conectados uns aos outros por classes, dormitórios e atividades extracurriculares.
A rede não teria sido útil se encontrasse mil pessoas distribuídas de forma aleatória pelo mundo. No entanto, o Facebook no seu início estava tentando aprofundar e digitalizar as milhões de relações já existentes entre alunos mais que obter novos usuários. A escalabilidade mundial foi gradual aprimorando ferramentas sociais até virar uma plataforma de mídia, conteúdo e publicidade como a conhecemos hoje. Um mix de jornal moderno com serviços sociais.
Aplicativos que permitem tirar fotos, aplicar filtros diversos e compartilhar com os amigos existem aos milhares. Então, qual foi o diferencial do Instagram?
O seu sucesso se deveu igualmente a arte e a disseminação, pois seus fundadores ofereceram versões betas para magnatas da tecnologia de São Francisco antes de disponibilizarem para download geral. Celebridades essas que compartilharam várias fotos do Instagram no Twitter com seus milhões de seguidores.
O aplicativo estreou no topo da App Store como mais baixado, tirando proveito de redes que já existiam para se tornar desejado antes de ser lançado. A promoção através de blogs de tecnologia foi a maneira utilizada para chegar ao público alvo. A exclusividade inicial para IPhone em detrimento do Android juntamente com adesão por celebridades diversas criou o sentimento “tenho que participar”.
Após apenas dois anos foi vendida por 1 bilhão para o Facebook e hoje é a rede que mais gera receita e engajamento para Mark Zuckerberg. A vida dos outros e o culto a imagem são atrativos universais que explicam muito do seu sucesso.
Tinder
Um aplicativo para relacionamentos com poucos usuários é inútil, pois redes sociais só funcionam quando são grandes. Portanto, como conseguir que milhares de pessoas solteiras se registrem na rede antes que ele seja útil para qualquer um?
Para construir essa base inicial de usuários, o Tinder foi para onde muitas pessoas solteiras já estariam conectadas: a faculdade. A diretora de alcance e marketing voltou a universidade onde se formou para “evangelizar” as sororidades e fraternidades os fazendo instalar o aplicativo. Ao ver rostos conhecidos, o produto se tornou útil conectando fraternidades populares existentes em outras cidades.
Um enlace coletivo com efeito avalanche no aumento de usuários e popularidade.
Consumidores x Divulgadores
Viral é algo que atrai a atenção de uma rede de pessoas com conexões próximas e interesses em comum. Na tecnologia não é diferente, sendo o fator social que define o próximo aplicativo com milhares de downloads. Nós somos os hit makers.
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