A Internet tem como características o acesso irrestrito a conteúdo e o compartilhamento de informações entre seus usuários. Desta maneira, o desenvolvimento e lançamento de um website deve pensar nas diferentes pessoas que utilizarão diferentes maneiras para consumir o conteúdo disponibilizado.
“Esses conteúdos na Web devem estar disponíveis para todas as pessoas, independentemente do hardware, software, infraestrutura de rede, cultura, localização geográfica, habilidade física ou mental, condição socioeconômica ou de instrução de cada um.” (W3C)
Portanto um projeto de website acessível deve ser analisado pelos benefícios que apresentará quando finalizado, e não pelos seus possíveis custos. Para divulgar essa ideia, o projeto Acesso Digital produziu o seguinte vídeo.
Como desenvolvedor de sistemas, infelizmente, nunca trabalhei em um projeto que tivesse a acessibilidade como requisito essencial. E trabalhando como programador back-end, tendemos a deixar a usabilidade e experiência do usuário a cargo do web design, responsável por projetar as aplicações com uma interface atrativa e acessível.

Porém, algumas boas práticas na programação de sistemas e criação de sites ajudam aos programas leitores de tela utilizados por deficientes visuais. Por exemplo, inserir legenda descritiva em imagens e campos de formulários, para que programas como Voice Over (IOS), TalkBack (Android) e NVDA (Windows) utilizem.
“Para portadores de baixa acuidade visual, usar cores com alto contraste e recursos de programação simples, que possam ser reconhecidos pelas tecnologias assistivas que eles utilizam. Para os deficientes auditivos, pode ser inseridos vídeos que contenham tradução em LIBRAS ou em audiodescrição.”
Tecnologias e abordagens de desenvolvimento como HTML5, design responsivo, user experience e frameworks para interfaces ricas já facilitam a maneira como a informação é organizada e apresentada para os usuários. Cabendo aos profissionais utilizá-las da melhor maneira e adaptadas a pessoas com diferentes necessidades.
Alem de consumidores de conteúdo, pessoas portadoras de necessidades especiais atuam do outro lado ajudando na evolução de tecnologias acessíveis. É o caso do Lucas Radaelli, que trabalha com programação do mecanismo de busca no Google usando um software que dita linhas de código no computador. O vídeo abaixo mostra um pouco do seu trabalho e recomendo ouvir os episódios do NerdCast nos quais participa explicando sua rotina pessoal e profissional.
Portanto, existem benefícios no desenvolvimento de um site que atenda aos portadores de necessidades especiais. Desde a adesão aos padrões e tecnologias de desenvolvimento multi-plataforma, até o cumprimento da legislação que assegura a acessibilidade virtual. Passando pela inclusão social de usuários diversos agregando visibilidade, relevância, confiabilidade e qualidade a um conteúdo na Web.
Referências
Decálogo da Web Brasileira. Disponível em: <http://www.w3c.br/decalogo>.
SANTOS, Ana Laura Gomes. Dispositivos WEB – Interfaces para deficientes.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG). Núcleo de Acessibilidade. Web Acessível. Disponível em: <https://acessibilidade.ufg.br/p/4640-web-acessivel>.
VASCONCELOS, Bruno Garcia. Acessibilidade na Web. Disponível em: <http://www.linkedin.com/pulse/acessibilidade-na-web-bruno-garcia>.
Jovem cego se torna programador do mecanismo de busca do Google
NerdCast 256 – Cegos, nerds e Loucos
https://jovemnerd.com.br/nerdcast/nerdcast-256-cegos-nerds-e-loucos
NerdCast 506 – Cegos, nerds e Loucos 2
https://jovemnerd.com.br/nerdcast/nerdcast-506-cegos-nerds-e-loucos-2